História fotográfica

“Sentia-se a desgraça no ar”. História fotográfica de Pasha Yuz

— O dia estava soalheiro e quente, o que contrastava com os sentimentos que nos dominaram logo à primeira vista da aldeia. Fomos recebidos por casas destruídas e queimadas e por veículos de habitantes locais, alvejados e mutilados. Sentia-se a desgraça no ar que impregnava as três ruas e meia.

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— A cave da escola, onde se concentrava toda a aldeia, foi o epicentro do horror. [Os habitantes locais] disseram que dormiam à vez e literalmente de pé, amarrando-se aos canos com um lenço, porque havia menos de um metro quadrado por pessoa.

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— As pessoas faziam anotações [nas paredes], "calendários" para se orientarem no tempo. E, ao lado, havia listas: uma dos que não sobreviveram às condições [de detenção] e outra dos que foram assassinados. Ao lado estão vários desenhos de crianças. Alguém desenhou um campo de futebol, alguém desenhou o seu gato preferido, o Marquês.

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— Ouvi as histórias mais terríveis. A história de uma mãe solteira sobre como um dos seus filhos foi morto pelos ocupantes à sua frente, e o outro foi levado para a floresta e nunca mais foi visto. De como carregavam os bebés nos braços até ao teto, até uma pequena janela técnica, para que pudessem respirar ar fresco. Sobre como [os militares russos] atropelavam carros com um tanque simplesmente porque aqui "vive-se demasiado bem".

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— Mas havia também aqueles que, apesar dos seus muitos sofrimentos, se mantinham resistentes e sorriam em cada encontro. Fiquei incrivelmente impressionado com a sua força interior.

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— Foi agradável ver como aqueles que estavam num estado moral completamente destroçado no primeiro encontro acabaram por encontrar a força para recuperar. Tudo estava lentamente a ganhar nova vida.

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Yáhidne é uma pequena aldeia perto de Chernihiv que esteve sob ocupação russa durante 26 dias na primavera de 2022. Os invasores mantiveram 300 pessoas na cave de uma escola com uma área de cerca de 130 m². 15 idosos residentes em Yáhidne morreram no local devido às más condições, incluindo a falta de ar fresco. Os ocupantes levaram alguns dos outros prisioneiros para fora da escola e mataram-nos.

Estas fotografias foram tiradas pelo fotógrafo Pasha Yuz em maio de 2022, durante uma viagem a Yáhidne com voluntários da iniciativa Repair Together, que organiza campos de construção em aldeias afetadas pela guerra.

— O dia estava soalheiro e quente, o que contrastava com os sentimentos que nos dominaram logo à primeira vista da aldeia. Fomos recebidos por casas destruídas e queimadas e por veículos de habitantes locais, alvejados e mutilados. Sentia-se a desgraça no ar que impregnava as três ruas e meia.

— A cave da escola, onde se concentrava toda a aldeia, foi o epicentro do horror. [Os habitantes locais] disseram que dormiam à vez e literalmente de pé, amarrando-se aos canos com um lenço, porque havia menos de um metro quadrado por pessoa.

— As pessoas faziam anotações [nas paredes], "calendários" para se orientarem no tempo. E, ao lado, havia listas: uma dos que não sobreviveram às condições [de detenção] e outra dos que foram assassinados. Ao lado estão vários desenhos de crianças. Alguém desenhou um campo de futebol, alguém desenhou o seu gato preferido, o Marquês.

— Ouvi as histórias mais terríveis. A história de uma mãe solteira sobre como um dos seus filhos foi morto pelos ocupantes à sua frente, e o outro foi levado para a floresta e nunca mais foi visto. De como carregavam os bebés nos braços até ao teto, até uma pequena janela técnica, para que pudessem respirar ar fresco. Sobre como [os militares russos] atropelavam carros com um tanque simplesmente porque aqui "vive-se demasiado bem".

— Mas havia também aqueles que, apesar dos seus muitos sofrimentos, se mantinham resistentes e sorriam em cada encontro. Fiquei incrivelmente impressionado com a sua força interior.

— Foi agradável ver como aqueles que estavam num estado moral completamente destroçado no primeiro encontro acabaram por encontrar a força para recuperar. Tudo estava lentamente a ganhar nova vida.

Material preparado por

Fundador do Ukraïner:

Bogdan Logvynenko

Autor,

Fotógrafo:

Editor de foto,

Coordenador de fotógrafos:

Yurii Stefaniak

Tradutora:

Anna Bogodyst

Editor de tradução:

Guilherme Calado

Gerente de conteúdo:

Leila Ahmedova

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